março 04, 2012

Artigo - Por uma sustentabilidade viável


Hoje eu trouxe um artigo de opinião feito por mim no semestre passado para a cadeira de Jornalismo Impresso III. Ele é um pouquinho extenso, diferente do que vocês costumam ver aqui no blog, mas espero que vocês gostem e debatam esse assunto aqui comigo. Tenho me interessado bastante pela moda sustentável e quis compartilhar esse interesse com vocês. 

Ah e vocês acham que eu devo continuar com os artigos de opinião de 15 em 15 dias ou vocês acham exagerado demais? 

Coco Chanel dizia “a moda não é algo presente apenas nas roupas. A moda tem a ver com ideias, a forma como vivemos, o que está acontecendo”. O pensamento da estilista que revolucionou o jeito de se vestir da mulher na primeira metade do século passado é incrivelmente atual e me fez pensar nos problemas evidentes e consensuais em relação à poluição do planeta e desflorestamento, e se ela é, de fato, viável hoje em dia.
Não se pensa mais em moda sustentável como um estilo hippie, como víamos antigamente, hoje temos os mais variados tipos de roupas, que levam em consideração essa sustentabilidade e algumas providências já estão sendo tomadas para que ela abranja a maior parte das fashionistas que estão sempre esperando novidades.      
Muitas pessoas quando pensam em moda sustentável lembram-se somente em algodão orgânico que é o tipo mais conhecido, mas existem várias outras formas de “sustentabilizar” a moda, seja fazendo com que o comércio valorize mais esse mercado, pensando primordialmente na responsabilidade pelos direitos humanos e nas condições de trabalho, o demi-couture (alta costura), o uso do vintage promovendo um ciclo de vida maior às roupas, entre outras coisas.
A indústria têxtil está entre as quatro que mais consomem recursos naturais, de acordo com a Environmental Protection Agency, órgão americano que monitora a emissão de poluentes no mundo, mas a recente inquietação dos estilistas com materiais ecologicamente corretos não surgiu naturalmente. A indústria só tem procurado caminhos novos porque os consumidores estão à procura da que não agride o planeta.
        Na penúltima edição do São Paulo Fashion Week, o estilista Oscar Metsavaht, da marca Osklen apresentou sua coleção feita de algodão orgânico, sem uso de agrotóxico, seguindo os passos do estilista italiano Giorgio Armani, que, em outubro do ano retrasado num desfile em Milão, havia lançado sua coleção de jeans com fibras orgânicas.
Em setembro a rede fast fashion H&M lançou a Conscious Collection, uma coleção com peças feitas de lã reciclada, algodão e linho orgânicos. Em novembro chegaram ao mercado as primeiras roupas feitas de algodão cultivado seguindo os métodos mais sustentáveis desenvolvidos pela Better Cotton Initiative. As primeiras empresas a venderem esses produtos foram a Levi’s, a Adidas e a H&M. Também em novembro a designer de moda Lia Griffith criou vinte vestidos de papel para a coleção Papier Couture.  Além de um estilo peculiar, as peças podem ser recicladas e até remontadas da forma que a criatividade mandar, desenvolvendo novas formas, modelos e cores diferentes. 
Com todas essas informações é impossível não percebemos o quanto essa moda sustentável vem buscando um espaço maior, mas de todas as marcas citadas, nenhuma delas está dentro das condições financeiras de pessoas que tem os comuns hábitos de consumo, que seriam as roupas necessárias sem exageros.
A tendência eco-fashion está se ampliando bastante, mas não tanto quanto gostaríamos, para que se tornasse significativa e que pudesse fazer um efeito realmente grandioso no planeta, não atingindo somente as fashionistas dispostas a pagar mais caro porque está na moda. Deveríamos buscar a moda sustentável, para todos os estilos gostos e bolsos.
Recursos para muitos desses problemas existem, a dificuldade para consumo são os preços. Uma lavanderia industrial que trata e reaproveita a água usada em seu processo chega a custar seis vezes mais que uma lavanderia sem preocupações ambientais. Restos de tecidos já podem virar tecidos 100% reciclados. O próprio algodão orgânico tem um custo mais elevado, pois requer maior cuidado e atenção a pragas e infestações em seu cultivo. O consumidor tem uma importância enorme nesse processo, uma vez que tem em suas mãos o poder de direcionar a produção no sentido que lhe convém.
Precisamos de resoluções para que, assim, possamos realmente nos orgulhar de sair com sacolas e sacolas - também recicláveis, o que é outra tendência - de lojas sem culpa. É necessário que as pessoas considerarem a moda ética e ecológica como saída viável, para que a escala de produção desses produtos aumente, diminuindo, consequentemente, os preços das peças ecológicas. Então, da próxima vez que for comprar um jeans a R$49,90, ou uma blusinha a R$19,90, vale pensar quem vai pagar o preço pelos danos sociais e ambientais.

7 comentários até agora

  1. oieee
    Achei otima a sua materia.
    Hoje aqui em Teresopolis tem uma marca em particular que opta pelo couro fake.
    e todas as sacolas são reciclaveis.
    ser fashionista também tem que ser inteligente,
    comprar com conciencia.
    bjs
    Sabrina
    :D
    terejour.blogspot.com

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  2. Adorei o texto!

    Beijos,
    http://placestyle.blogspot.com/

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  3. Oi! Adorei o artigo, e sim, você deve continuar com eles. :)

    Mandei um e-mail para fazer parte da equipe do blog. Beijos!

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  4. Adorei o artigo, e você deve continuar sim.
    Beijos

    www.decaronanamoda.com

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